GELADO
Frio. Muito frio. Gélido como um cadáver deixado á beira do abismo e sem ninguém para o reclamar. Identificar? O quê e quem? E eu que cheguei tarde e parto cedo. Parece que já me aconteceu. Na vida e aqui e agora. Parece estória de África. Vou ali ver outras cores, outras músicas, outras línguas, outros povos, outras imagens e quando volto já nada existe. O poder foi tomado e eu fico na rua, sózinho, à procura de um novo rumo. E onde estão aqueles que quiseram fazer a viagem comigo? Onde? Olho para o mar, para o céu e só vejo ondas de água e de nuvens e não encontro um palmo de terra firme onde possa sonhar. Quero saborear a bebida quente de um chocolate e só bebo uma água sem gás, natural. Vou à deriva dos pensamentos e navego tentando encontrar a tábua da minha salvação.
Texto final: Porra volta senão endoideço!
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