Tabanka do Huambo

Saber compartilhar cumplicidades, na vida, como forma de cultura e de ciência. Cumplicidades de vivências com os amigos numa abordagem vital para a sobrevivência do Planeta Terra.

Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

Nascido no Huambo, em Angola. Médico de Medicina Geral e Familiar pela Faculdade de Medicina em Coimbra. Médico na Lousã.

2006-03-16

O TEU SORRISO


Estou de braços estendidos, lábios entreabertos, esperando e descobrindo o segredo do teu sorriso e das palavras que trazes para me dizeres. Gosto de percorrer os nossos caminhos olhando-te nos olhos, vendo a sensualidade do teu andar e lendo os versos que irradiam da beleza da tua imagem. Olhos deslumbrados, os meus, que percorrem o teu corpo desnudado e que conseguem ver o amor sagrado que me dedicas e que vem carregado de aromas e brisas. Os teus cabelos negros, lisos, mesmo assim são portadores de tantas cores como o arco íris das minhas madrugadas. Como gosto de os alisar com a ternura das minhas mãos. Os teus seios são a poesia que inventei, a força da verdade que nem sei. Gosto de os beijar e de os morder porque são a vida e a alegria que aquecem o sangue que me corre nas veias. Adormeço aconchegado nas tuas pernas ouvindo os sons dos rios que alagam o interior da nossa paixão depois de um amor vivido com mil gemidos, mil poemas gritados com a força das palavras em promessas de eternidade. Mulher da minha vida que te invento e recordo. Flor que desce do paraíso e que sabe que é o meu choro e o meu riso que me dá força para mergulhar no mar azul carregado de emoções e sensações, cumplicidades de quem faz amor comigo. A chama do teu amor, que nasce e morre dentro de mim, é a doce esperança do meu cantar mas também a lança que me mata a vida de ilusões. Um dia, meu amor, iremos juntos ver novamente os campos da minha infância, sentir os ventos que apagaram o meu viver, navegar nos rios que enchem os meus olhos com as lágrimas que são tuas, mergulhar os mares da claridade da minha grandeza de ser eu e de te ter a ti. E vais ver o fogo que tenho aprisionado no meu peito explodir em cores vermelhas lembrando as queimadas dos campos da minha terra. Serei outra vez menino deitado entre as tuas pernas, nas manhãs abertas à tua ternura. Como gosto do teu sorriso.