FESTA MINHA
Andei por fora, não do mundo nem do pensamento. Esse estava lá. Pensamento, corpo e alma. Que me importa se só agora cheguei e toda a gente foi embora. Não queria guerra, só a paz. Não queria sofrimento. Só a festa. Chi, menino, tanto barulho na rua, só buzinas, bandeiras, cachecóis, música, risos e lágrimas. Como é que se chama mesmo ele? A nossa vitória, ainda cara de kandengue, já maduro e a oferecer a alegria ao seu Presidente, qual é o nome dela? Vamos fazer estátua no bairro mais pobre da capital, sim porque os nossos heróis merecem estátua. Todos foram mágicos naquele dia mágico, mas o mais mágico foi o capitão. Menino coragem, tímido, sincero, com ar terno, sofrido como o seu povo, capitão dos mágicos e que alegrou um povo, uma nação. Akwá eu sabia que isto ía acontecer. E vou-te dizer, embora longe, quero-te dizer. Estou contigo e sei que Angola continua linda. Gostava de passar pela marginal e beber uma e mais uma até ver o zulmarinho da minha ilha me saudar. Te digo, o povo vai sair à rua. E eu vou com eles. Até à Alemanha. E deixa-me dizer-te só mais uma coisa. Angola não é só fome e miséria.
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