S: MARTINHO
ASSADOR DE CASTANHAS

O termo castanheiro aparece citado num documento em 960 d.C. muito antes da formação de Portugal em 1143.
A castanha foi, a par da bolota, um produto básico na alimentação, até aos séculos XVI, altura em que se introduz no nosso país a batata e o milho.
No decorrer do século XVI, em terras do Norte e das Beiras, consumiam-se mais castanhas do que pão, tornando-se no século XVII, um dos produtos básicos da alimentação dos beirões. Em anos maus ocupava o lugar da batata e para substituir o pão, fazia-se a “falacha”, que não era mais do que um bolo feito de castanhas piladas. No Barroso fazia-se ainda há poucos anos um caldo de castanhas em que estas eram reduzidas a puré, a que se juntava apenas um pouco de unto.
Embora represente em certas terras de Trás-os-Montes um produto de alto valor económico, a castanha tem vindo a perder, de forma significativa, o seu lugar de destaque na alimentação dos povos minhoto e beirão.
Embora o resultado final seja muito semelhante, certo é, que a castanha assada encontra, em diversas proveniências, forma diferente de se preparar. Indispensáveis são as boas brasas e o golpe na castanha para que esta não rebente. Depois fica ao engenho e aos recursos de cada povo a forma de as preparar.
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