MERGULHO
Hoje fico mesmo aqui parado no meio do areal da praia sentindo o vento soprando como qualquer coisa que me reconcilie com os prazeres inocentes dos momentos. Pareço papagaio na mão de uma criança esvoaçando no azul do céu e fazendo piruetas ousadas de um percurso experimentando os medos e rasgando a redescoberta das formas. Tranquilidade de um fim de semana cheio de aromas e de autenticidades. Olho a luz que vem do mar, ou será do sol, e espero pela doçura tingida por tons de vermelho.
Refresco-me com as gotas da água do mar que o vento me lança contra a face, sentindo o líquido descer pelo corpo como uma onda caindo em tentação de provocar tempestade. Uma vaga de espuma sacode-me o recife de desejos que me tornam, mais uma vez, romântico, inesperado e natural. Agora estou na esplanada do café, experimentando outros sabores, que me fazem rodar a cabeça como o papagaio da criança, agitar o corpo como que sacudido pela força do vento e agitar o meu interior que considerava protegido contra as ondas carregadas de espuma de saudade. O sol escondeu-se de uma maneira inesperada para lá do meu recife de emoções e sensações. Talvez fosse o momento de dar um mergulho no mar azul do teu corpo de mulher.
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