12 de JULHO
Estou na linha que divide o Planeta em Norte e Sul. Hoje não sou de cima nem de baixo desta Terra onde as crianças deviam brincar felizes e todos os homens ouvirem o cantar das águas. Bem Alda do Espírito Santo cantou. É a chama da humanidade/cantando a esperança/num mundo sem peias/onde a liberdade/é a pátria dos homens...
No calor da tarde, sentamo-nos todos, lado a lado, nas areias da terra tão bela onde a espuma do mar vem dizer baixinho à praia que temos África no peito. Companheiros de estrada, a nossa esperança, sagrada, é sabermos que existem noites feiticeiras, batucadas loucas, palavras de ritos seculares, mãos milenárias que quebraram as algemas das roças, dos contratados, dos escravos e que o grito de liberdade desliza serenamente rumo à Praia Maravilhosa.
Em S.Tomé estamos juntos, no Príncipe entrelaçamos os nossos braços, acendemos a chama da humanidade e começamos a construir a pátria dos homens.
Um silêncio percorre os mares do futuro, sentindo o bater do coração como ondas de ilusões, ouvindo os sorrisos daqueles que sujaram com o seu sangue as estradas da vida e da morte e que mostraram o caminho longe. Por isso amamos África.
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