TROVOADAS
Tamara hoje se levantou tarde. Se sentou na esteira e bebeu café bem forte. Estava com uma dor de cabeça que pareciam as trovoadas da Cela.Toda a noite sonhou com uma polaca que se chamava, também, Tamara. Um dia tinha ido ao Karl Marx ver teatro com o avô e se lembrava de ver uma peça de John Krizanc, T de Lempicka. O avô só criticava estas novas influências em Angola vindas de um socialismo que até queria pôr alguns kandengues, que ele bem conhecia lá do Bairro da Cuca, a dançar em pontas. Eles que sempre andaram descalços! Tamara ficava contente de saber as histórias de outras mulheres de outros mundos.
A outra Tamara, a polaca, expatriada, aristocrata e pintora, chegou a Itália convidada por Gabriele d'Annunzio, um poeta e patriota, fascista, para lhe pintar o retrato. Na sua mansão, Il Vitorialle, Gabriele tenta-a seduzir e só sonha pagar-lhe o trabalho com os prazeres da alcova. Não se deixa cair em tentação e Tamara sai para Paris.
Assim são as estórias das Tamaras do mundo!!! O café de Tamara hoje estava mais azedo.
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