29/11
Ontem ofereceram-me flores e simpatia
quando desembarquei em Goa.
Há muito tempo que não sentia o
sorriso das gentes.
O colar cheio de perfumes e cores
criou-me uma sensação estranha.
A pele mais uma vez me diz
que faz parte do meu corpo.
O sal do meu suor, mar das minhas alegrias,
diz-me que estou a caminho
de um lugar que já foi meu.
Olho para o céu e gosto de saber
que este azul é um mar sem fim.
Meu amor como gostava que me mostrasses
as estrelas deste lado do mundo.
E não te encontro meu cruzeiro do sul!
Ao longe vislumbro um manso alvoroço de asas
e um bando de garças atravessa a paisagem.
As gralhas protestam num último fulgor do dia.
E eu adormeço em silêncio
e nada tenho para te dizer.
Sigo para Calangute.
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