28/11
Finalmente o meu navio chega ao porto da boa baía
onde já o velho da Gama a havia baptizado de Bombaim.
Hoje Mumbai ou “Maiambu” que parece ser uma alusão
a Mumba-Devi, a deusa hindu de onde vem o nome
em marata, diz-me que há-de levar-me a descobrir o
mundo que não sabia que existia.
Uma pergunta invade-me o espírito.
O que faço eu aqui?
Alguém me disse que ía iniciar uma outra viagem,
uma viagem inteira. Lá longe um vento fresco
sussurra-me baixinho ao coração e diz-me
que há um mundo para descobrir.
Avanço devagar pela cidade, a pele cola-se-me ao corpo,
sinto o coração bater depressa,
e começo a minha descoberta.
Sei que hoje estou de passagem e descubro que as cores
foram a minha primeira conquista.
E lembro-me de um samba de Cartola:
Queixo-me às rosas
Mas que bobagem, as rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe sonhavas meus sonhos
por fim
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