Tabanka do Huambo

Saber compartilhar cumplicidades, na vida, como forma de cultura e de ciência. Cumplicidades de vivências com os amigos numa abordagem vital para a sobrevivência do Planeta Terra.

Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

Nascido no Huambo, em Angola. Médico de Medicina Geral e Familiar pela Faculdade de Medicina em Coimbra. Médico na Lousã.

2005-01-01

Um Grito de Revolta Trinta Anos Depois

Um Grito de Revolta Trinta Anos Depois é o título de um livro que Maria Leonarda Tavares lançou no passado 1 de Dezembro de 2004. Autora de diversas publicações, Maria Leonarda Tavares nasceu na aldeia de Carvalhal, concelho de Proença-a-Nova e reside em Arganil, terra natal de seu marido.
Iniciou a sua actividade profissional como tradutora, foi professora no ensino secundário durante alguns anos, profissão que abandonou para se dedicar à causa dos deficientes.
O seu encontro em 1968, com um paraplégico, vítima da guerra colonial, encontro do qual nasceu uma forte união, a história de amor feliz, que se manteve através dos anos, marcaria o começo de uma nova etapa da sua vida. No prefácio do livro Maria Leonarda refere:
... as injustiças não têm parado de crescer. Os sucessivos governos têm aprovado leis iníquas e corruptas que têm permitido, em muitos casos, igualar pequenos e médios incapacitados aos grandes deficientes. A imoralidade legislativa, que tem penalizado as vítimas da guerra colonial e os grandes deficientes civis, obrigou-me, mais uma vez, a denunciar os lobbies que se sobrepõem ao direito e à injustiça. Existem situações tão gritantes que deveriam envergonhar não só os legisladores como os que se candidatam a usufruir delas.
Vivemos uma democracia jovem que ainda não se libertou da herança fascista. Quanto tempo mais vamos ter de esperar? Mas tempo é o que os grandes deficientes da guerra colonial não têm..
O que muitos recebem imerecidamente chegaria, à vontade, para proporcionar uma vida de maior dignidade a quem mais defraudado tem sido por um sistema de compadrio vergonhoso.
Gostaria, no entanto, de deixar bem claro que estou também solidária com os que contrairam pequenas e médias incapacidades, mas continuo a acreditar que devo lutar pela verdade e pela justiça....
Trevim, 30 de Dezembro de 2004